sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Proteja o seu crédito da subida de juros

Para o crédito à habitação, e não só, aqui ficam cinco opções a considerar.


"Não há mal que sempre dure nem bem que nunca se acabe", já dizia o ditado. Em Novembro de 2008, a taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada no crédito à habitação em Portugal, atingia o valor médio de 4,295%. Hoje ronda os 0,993% o que, em termos práticos, se resume numa palavra: poupança. Para um crédito à habitação de 150 mil euros, a 30 anos, com um ‘spread' de 1%, a poupança ultrapassa os 240 euros mensais. Mas é importante alertar que "estamos a viver um período de excepção, um período de benefício", lembra João Martins, director-geral da MaxFinance. Um dado é certo: as taxas Euribor vão voltar a subir em 2010, resta saber quanto. O mercado de futuros sobre a Euribor a três meses- a única para a qual existem futuros- perspectiva uma subida de 48 pontos base até Junho, e de 78 pontos base até Setembro e de 109 pontos base até Dezembro. Para prevenir futuros dissabores no seu orçamento familiar, o Diário Económico contactou os especialistas e deixa-lhe cinco opções a considerar.


1 - Amortizar
Esta é a opção ideal caso tenha capital disponível para o fazer. As amortizações parciais do montante em dívida diminuem, por norma, o valor da prestação mensal, embora possa solicitar junto do seu banco a diminuição do prazo de pagamento do empréstimo, em alternativa. É necessário não esquecer que, em poucos casos será tão correcta a expressão "tempo é dinheiro". Com as novas regras para o crédito à habitação, lançadas este ano pelo Banco de Portugal, amortizar parcialmente a sua dívida tornou-se menos dispendioso. A comissão cobrada pelo banco não pode exceder os 0,5% do capital amortizado caso tenha taxa variável, e 2% no caso de taxa fixa.

2 - Renegociar o ‘spread'
"Se achar que consegue uma melhoria, tente renegociar o ‘spread'", aconselha Vinay Pranjivan, economista da Deco. Nos últimos meses, os bancos têm vindo a compensar a descida abrupta dos indexantes do crédito à habitação - as taxas Euribor - com ‘spreads' mais altos para os novos contratos. Com as taxas Euribor nos actuais níveis a pressão dos ‘spreads' mais altos no orçamento familiar é mínima mas, quando as taxas de juro voltarem a subir, um ‘spread' de 2% vai começar a pesar nas contas familiares. Caso o seu bancos não se mostre receptivo a uma diminuição do ‘spread', aproveite a concorrência que existe no sector e peça simulações junto de vários bancos.

3 - Mudar para um indexante mais longo
Se tem o seu crédito indexado à Euribor a três ou seis meses, pode sempre considerar a opção de mudar para um indexante mais longo, no caso, a taxa Euribor a 12 meses. Desta forma ganha tempo, uma vez que o seu crédito só irá incorporar a subida das taxas mais tarde. No entanto, nos primeiros meses passará a pagar mais pelo seu crédito, já que a Euribor a 12 meses é sempre mais elevada que as restantes. O banco poderá cobrar-lhe custos administrativos por esta alteração.

4 - Mudar para taxa fixa
"Esta é uma opção para quem tenha a forte convicção de que as taxas Euribor vão subir muito nos próximos anos", explica Vinay Pranjivan. E o economista alerta ainda que quem optar por esta solução "tem que ter a noção que pode não compensar". A taxa fixa não acompanha as alterações de mercado, oferecendo assim a tranquilidade de saber com o que conta. Contudo, actualmente as taxas fixas comercializadas pelos bancos rondam os 3,9%, 4,45% e 6% para três, cinco e 10 anos, respectivamente. Ou seja, esta é uma opção a analisar caso considere que o seu indexante (mais ‘spread') vai ultrapassar estes valores nos próximos três, cinco e 10 anos.


5 - Consolidar créditos
A consolidação de créditos só é aconselhável para quem preveja dificuldades no pagamento de créditos. Esta opção permite baixar a prestação mensal mas, no final, paga mais juros.

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